sábado, 13 de agosto de 2016

Desabafo-não-piegas-sem-sucesso-à-partida


Ora pronto. Chegaram as férias e, depois de muito equacionar e quase deprimir, lá nos decidimos - vamos ao nosso trabalho de verão (que tanto jeitinho nos dá na organização financeira do reino) e tu, meu amor, vais passar uns dias com os avós.
"Oh céus, vai ser um horror para nós!", "Com 8 meses?! Ele não se vai adaptar!", "Como fazer com a maminha?", "Será que vamos conseguir estar separados?".
O puto mandou a minha ansiedade às urtigas. Está feliz da vida. Come no jardim, tem uma piscina e uma gata que foge dele a sete pés. Não tem maminha, usa o biberão ("E depois, mãe? Já sou grande! Voltamos ao nosso namoro quando chegares. Eu espero por ti...").
Em cada foto que chega ao meu telemóvel tem um sorriso de orelha a orelha e, com quase 9 meses, não se fabricam estas coisas. Está feliz e pronto.
Eu?! Ora bem, encontrei uma grandeza diferente para a saudade, é certo. Mas talvez não me faça mal esticar este cordão umbilical invisível que dizem durar até aos 50 (e picos...). E voltar a namorar (que bom é andar de mão dada com o papá sem ter relógio...).
Ninguém morreu e até nasceram uma data de coisas novas (e bonitas!) desta decisão. "O que não nos mata torna-nos mais fortes!" - diz-se por aí. E aceitando isso tudo como certo, reconhecendo que é ótimo para a mamã e o papá saber-te feliz com quem (também e tão bem) te ama, a verdade, aquela que não se diz alto, é que conto as horas para te ver.
E se eu fosse realmente piegas diria que dentro de 118h estarei a abraçar-te, de coração cheio. Mas não sou. :-)