quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O fim do início...

2015 foi um ano especial. 
Por voltas que dê, à pergunta "Então o que guardas do ano que acaba?", não encontro outra resposta que não passe pelo facto de ser mãe.
Sinto claramente a Adriana a.F.(antes de Francisco) e a Adriana d.F. (depois de Francisco).
Este foi o ano das milhentas descobertas que nunca ninguém nos conseguirá ensinar previamente, de viver coisas que não há nos livros, de ver o corpo mudar, de ter medo e depois coragem. 

Tu, puto, foste o melhor de 2015.
Contigo aprendi a ser um novo eu. 
Era para ti que cantava, por vezes um pouco insegura que estivesses ali, quando acariciava a barriga.
Era a ti que fotografava, dia após dia, vendo a roupa a deixar de servir, com um orgulho desmedido.
Eras tu que me fazias olhar para os outros bebés, reparar em coisas e pormenores que nunca antes haviam sido prioridade.
Foste sempre tu. Ao longo de 2015, estive sempre contigo e tu comigo.

Que 2016 nos traga mais do melhor que sabemos e quisermos descobrir juntos.
Que o Amor nunca seja demais, por termos consciência que isso não existe.

Sou a tua mãe. Sou. A. Tua. Mãe.



sábado, 26 de dezembro de 2015

5 semanas =)

Esta noite, pela primeira vez, dormiste.
Simplesmente dormiste.
Acordaste uma vez para mamar e nada de choros.
Foi lindo. Memorável.
Celebramos as tuas 5 semanas e o verdadeiro Natal.
Aquele que é feito de paz e amor, e paz outra vez...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Um mês. Hoje.



Hoje fazes um mês.
Tu e todos nós, porque (re)nascemos para um mundo diferente contigo no centro.

Há um mês que te dou maminha de três em três horas e às vezes com uma frequência menor. 
Há um mês que vivo na certeza de que te quero amamentar, sofrendo horrores cada vez que enfias aqui a boca, sôfrego.
Há um mês que não durmo uma noite seguida...
Há um mês não sabia que as tuas cólicas têm hora marcada e aparecem sempre entre a 1h e as 4h da manhã...
Há um mês nunca tinha visto tantos cocós, nem dado por mim de cabeça enfiada num rabo de fralda, "a ver se cheira".
Há um mês não fazia ideia de que um bebé podia ficar tão vermelho de gritar. Nem que o meu coração se partiria em mil bocados pela incompetência de não saber porquê.
Há um mês acharia (provavelmente) ridículo se me dissessem "Arrotou!" com o entusiasmo que já me apanhei a mim a dizê-lo.
Há um mês que sinto saudades tuas, se ficares 3h a dormir...

Hoje tudo muda porque fazes um mês.
Um mês é a "idade adulta" dos recém nascidos, não é?
Um mês de muita loucura, insanidade, descobertas, desafios, algumas lágrimas e de um intenso sorriso luminoso cá dentro, que se amplia sempre que olho para ti.

Cheiras bem.
Sabes bem.
Há um mês.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Dormir para quê?!

Hoje decidiste não dormir e ficar na converseta, na sala...
Conversa sem destino, só para estarmos ali, juntos...
Nada de berço, nem alcofa. Quiseste fazer como fazem "os grandes".
Sofá e colinho. Não é o que gostamos todos?

Filho, não podíamos ter feito tudo isto noutro horário e a "falar" mais baixo?
Vamos deixar de ter amigos no prédio...
E eu e o papá, que já não sabemos em que dia estamos, vamos enlouquecer...

Não vamos chorar, sim?
Senão, aviso já, hoje junto-me a ti.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

1ª Consulta no Pediatra (ou 500 metros barreiras...)



Marcação para as 8h30 da manhã.
Somos uns tipos descontraídos mas levamos a pontualidade a sério.
O problema é que ainda estamos a perceber quanto tempo leva um recém nascido a sair de casa. 

Inacreditável o conjunto de coisinhas que é preciso preparar... 
E mais a hora da maminha, e mais a mochila, e trocar a fralda à última (e trocar o body que entretanto se sujou...), e voltar a vestir! Isto tudo depois de mais uma noite jeitosa, com sermão e missa cantada pelo nosso solista...

Ir buscar o carro para apanhar o senhor à porta, autocarro encravado num carro mal estacionado ao entrar na nossa rua só de um sentido (esperar, esperar, buzinar, esperar outra vez...), trânsito lisboeta de início de dia, fila dentro de túnel (porque avariam os carros nos túneis???). Esperar... Nervos em franja... Tic tac tic tac...

Merda. Oficialmente atrasados e de que maneira! Belo cartão de visita na primeira consulta. 
Trombas de metro e meio. Vontade de chorar. Aguenta firme.
Médico pede para aguardar. Não pode atrasar as consultas seguintes, claro está.
Aguardamos. Sala de espera de pediatria. Putos aos saltos. Varicela e muito ranho.
E eu, o papá e tu. Vontade de chorar outra vez. "Talvez não tenha nascido para isto!" Vai mulher, contraria essas hormonas.

Roçamos perigosamente a hora da maminha. E.... aí está. É para comer. 
Troca fralda, monta estaminé de amamentação, puto em modo pochete e mais o trinta e um.
20 minutos de banquete.
"Senha I1 ao gabinete 160". Sério???? SOMOS NÓS!!!
Corre, corre, corre! Guarda fralda, guarda mama, guarda telemóvel, guarda...

Chegamos um pouco desajeitados. Desalinhados. Esbaforidos.
Contentes por finalmente conhecermos o pediatra, "o grande amigo de todas as horas"...
Adorámos.

O puto também não se portou mal.
Engordou com distinção e cresceu como lhe compete.
18 dias. 3,880kg. 52cm.
Por este andar, um dia destes estou a deixá-lo à porta da escola.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Parece que ainda outro dia nasceu...

De manhãzinha abri-lhe o body e dei um salto!
"Ai merda, que lhe falta uma peça!!!!"
Caiu-lhe o coto umbilical.
Hoje chora mais grosso. Está um homem.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Já cá estás!

Nasceste há 12 dias e a sanidade foi-se para um sítio longínquo.
Tudo é rosa-pânico.
Cheirar-te é muito mais que o Ronaldo (que dizem ser o melhor do mundo), sentir-te a dormir no meu peito é um milhão de vezes melhor do que tocar a 9ª Sinfonia.

Sim, dás noites mal dormidas.
E fazes cocós que sujam tudo.
E deste-me cabo das maminhas, que tanto cuidei durante 34 anos, numa semana apenas.
Chorei quando te abracei pela primeira vez.
Chorei quando te fizeram uma "massagem" no hospital.
Chorei quando tivemos que te limpar o nariz com soro.

Estou cansada como nunca estive.
E não consigo organizar os meus pensamentos, emoções e sentimentos numa escrita que faça sentido.

Ficamos com este registo, 12 dias depois.
Amo-te desmedidamente.
E o resto é só o resto.